terça-feira, 20 de maio de 2014

Memória : Sua Importância




Ao atacar a filiação, ataca-se o que fundamenta o vínculo organizacional identitário... O grupo é atingido em sua integridade e em sua identidade.

 É um ataque pela destruição, não de todos os indivíduos, mas do que fundamenta, estrutura e contém a identidade comunitária: trata-se de uma implosão identitária pelo ataque à filiação. 

Deve-se comparar a isso a destruição dos lugares de culto, das bibliotecas e dos arquivos e, mais particularmente, dos cemitérios e das sepulturas. A ruptura pelo ataque contra os lugares de memória, contra os rituais e, muito especialmente, contra o ritual da morte, é uma forma de ataque contra a filiação. 

Atacando a filiação, ao mesmo tempo num movimento ascendente, por uma destruição sacrílega da relação ritualizada com os antigos, com os mortos da linhagem e, num movimento     descendente, às crianças por nascer, ataca-se os referentes simbólicos da identidade comunitária. Encontra-se, aí, uma forma de genocídio identitário pelo ataque ao continente grupal e não mais apenas de conteúdo. Essa dimensão genocida, que ultrapassa um crime de guerra, faz dela um verdadeiro crime imprescritível contra a humanidade. (Benghozi, 2010, p. 80)


A importância das cerimônias, das manifestações de memória diante das placas comemorativas de eventos traumáticos da história de uma comunidade humana... Têm uma função econômica psíquica de resiliência familiar, social e comunitária para superar o traumatismo catastrófico e encontrar as fontes de uma nova vitalidade psíquica. (Benghozi, 2005, p. 107)

Benghozi, P. (2010). Malhagem, filiação e afiliação: psicanálise dos vínculos: casal, família, grupo, instituição e campo social. São Paulo: Vetor.


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